
Ó idos de Nitrogénio
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Monitorização da Qualidade do Ar
- Quantidade de dióxido de nitrogénio na atmosfera
A Agência Espacial Europeia (European Spacial Agency – esa), em 2012, publicou alguns dados obtidos por satélite relativos aos níveis de dióxido de nitrogénio presentes na atmosfera em regiões da Europa e Estados Unidos da América [1].
Os dados foram recolhidos ao longo de um período de 15 anos e tratam-se de resultados que traduzem um cenário “otimista”, uma vez que se verificou uma diminuição na quantidade de NO2 presente na atmosfera, com melhoria na qualidade do ar [1] (Figura 1).
Figura 1– Quantidade de NO2 presente na atmosfera. Dados obtidos por satélite e monitorizados ao longo dos últimos 15 anos [1].
A população mundial é cada vez mais numerosa e associado a este facto verifica-se também um crescimento económico e a construção de aglomerados populacionais em grandes cidades, verificando-se um aumento dos níveis de poluição.
As observações por satélite iniciaram-se com o lançamento do satélite ERS-2 em 1995 juntamente com o seu instrumento GOME (do inglês, Global Ozone Monitoring Experiment) que foi construído originalmente para monitorizar o ozono atmosférico [1]. O vídeo em baixo representa o modo de funcionamento do satélite e os dados que o mesmo permite obter.
Foi demonstrada uma diminuição nos níveis de NO2 nos Estados Unidos da América e na Europa, contudo verificou-se um aumento no médio Oriente e em partes da Ásia [1].
Andreas Richter procurou explicar estes factos pela ocorrência de um aumento do uso de combustíveis fósseis nos países em que a economia se encontra numa fase de crescimento (levando a um aumento da poluição) e por outro lado, nos países desenvolvidos pela ocorrência de um desenvolvimento tecnológico levando à redução da poluição [1].
Figura 2 – Níveis de dióxido de nitrogénio presentes na atmosfera, na Europa. Dados obtidos pelo satélite GOME-2 [4,5].
Também, e ao contrário do que se verifica nos Estados Unidos da América e na Europa, o cenário encontrado no sul de África, em termos de concentrações de NO2, não é tão animador.
Dados obtidos por satélite em 2013, demostraram elevados níveis de dióxido de nitrogénio nas regiões industrializadas do sul de África. Tendo em conta estes valores, é importante a monitorização periódica das fontes de emissão, de forma a se poder controlar os níveis libertados para o meio ambiente (Figura 3).
Figura 3 - Níveis troposféricos de NO2 presentes no sul de África [2,6].
É cada vez mais fácil ter-se acesso a dados relativos à qualidade do ar graças à tecnologia e ao uso de satélites, que permitem obter dados rapidamente com elevada consistência espacial e resolução temporal [2]. Geralmente, os dados obtidos por satélite são mais exatos comparativamente com os dados obtidos através de estimativas usando modelos computorizados (Figura 4).
Figura 4 - Níveis de dióxido de nitrogénio (NO2) obtidos por estimativa (em cima) e obtidos por satélite (em baixo) [2,7].
No âmbito do projeto “GlobEmission” da ESA, têm sido monitorizadas as emissões em quatro regiões distintas, nomeadamente, China, Índia, Europa e África do Sul. Pode obter mais informações a propósito do projeto "GlobEmission" em http://www.globemission.eu/.
Referências
[1] ESA (2012). Space for our climate: Europe clears the air. Retirado de http://www.esa.int/Our_Activities/Observing_the_Earth/Space_for_our_climate/Europe_clears_the_air a 27 de maio de 2014.
[2] ESA (2013). Observiing the earth: Satellites improve air quality monitoring in South Africa. Retirado de http://www.esa.int/Our_Activities/Observing_the_Earth/Satellites_improve_air_quality_monitoring_in_South_Africa a 27 de maio de 2014.
[3] ESA (2007). ESA space for europe: First ozone and nitrogen dioxide measurements from Metop-A. Retirado de http://www.esa.int/Our_Activities/Observing_the_Earth/First_ozone_and_nitrogen_dioxide_measurements_from_MetOp-A/(print) a 27 de maio de 2014.
[4] Imagem disponível em:http://www.esa.int/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2007/03/total_nitrogen_oxide_over_europe_measured_by_gome-2/9908992-2-eng-GB/Total_nitrogen_oxide_over_Europe_measured_by_GOME-2.jpg. Acedido a 27 de maio de 2014.
[5] ESA (2007). Observing the earth: First ozone and nitrogen dioxide measurements from Metop-A. Retirado de http://www.esa.int/Our_Activities/Observing_the_Earth/First_ozone_and_nitrogen_dioxide_measurements_from_MetOp-A a 27 de maio de 2014.
[6] Imagem disponível em: http://www.esa.int/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2013/08/south_africa_s_nitrogen_dioxide/12992016-1-eng-GB/South_Africa_s_nitrogen_dioxide.jpg. Acedido a 27 de maio de 2014.
[7] Imagem disponível em: http://www.esa.int/var/esa/storage/images/esa_multimedia/images/2013/08/nitrogen_oxide_hot_spots/12992047-1-eng-GB/Nitrogen_oxide_hot_spots.jpg. Acedido a 27 de maio de 2014.


Níveis de NO2 presentes nos Estados Unidos da América e na Europa - primeira imagem obtida por satélite num estudo ao longo de 15 anos.

Níveis de NO2 presentes nos Estados Unidos da América e na Europa - última imagem obtida por satélite num estudo ao longo de 15 anos. Verifica-se uma redução significativa nos níveis de NO2 atmosféricos.

Níveis de NO2 presentes nos Estados Unidos da América e na Europa - primeira imagem obtida por satélite num estudo ao longo de 15 anos.


